quinta-feira, 19 de maio de 2011

I swear to you that we can make this last.

Você ainda está do meu lado, mas não estamos num hospital. Um gramado se estende a nossa frente, algumas árvores ao longe e outra que está nos servindo de apoio. O buraco do meu peito se fechou, a cicatriz ainda lateja, mas não há nada por dentro. Ele está na minha mão. Se esforçando para manter-se vivo nas mãos de quem não deveria estar. Você o encara, de novo. Sinto a insegurança tomando conta do meu corpo e meus olhos umedecerem levemente.

“Por que não o pega?”

“Não sei se devo.”

“Mas você quer?”

“Quero.”

“Então o que você está esperando?”

“Não sei.”

“Do que tem medo?”

“De se arrepender.”

“Não basta saber o que sente aqui e aí dentro? Não vale a pena tentar?”

Mas tu levanta, com uma cara confusa. Olha para os próprios pés, desviando o olhar do meu. Se perguntando se valeria a pena. Eu continuo a te olhar e você corresponde. Mas não volta a sentar do meu lado. Dá as costas e vai embora, com a desculpa de que precisa pensar. Você some entre as árvores ao longe, e logo começa a chover. Não me movo. Continuo. Aguentando o frio, o vento.

“E eu vou esperar, o tempo que for.”

Nenhum comentário:

Postar um comentário